Sobre

1922, Fortaleza, CE, Brasil - 1967, Paris, França

Antonio Bandeira foi pioneiro da abstração lírica no Brasil. Artista singular, se envolveu ativamente nos debates estéticos de seu tempo, produzindo aquarelas, guaches e pinturas marcadas por uma intensa pesquisa cromática e poética. Reconhecida pelo lirismo e experimentação da cor, a pintura de Bandeira percorre caminhos inesperados dentro do abstracionismo. Apesar da influência da arte francesa, a aproximação das tendências internacionais da pintura abstrata não está desvinculada de um compromisso marcante com a própria experiência. Sua vida é envolta em mitos e narrativas, instigadas pelo próprio artista, que construiu sua persona de boêmio, um personagem que transitava com a mesma desenvoltura nos bares, nos espaços da alta cultura e nos círculos da vanguarda artística. 

A trajetória de Antonio Bandeira começa em 1941, em Fortaleza, quando expôs pela primeira vez no Salão Cearense de Pintura. Ainda no início dos anos 40, ele participou da criação do Centro Cultural de Belas Artes, espaço de encontro para uma jovem geração de artistas cearenses como Aldemir Martins, Inimá de Paula e Mario Barata, além de nomes já estabelecidos como Raimundo Cela. Artista prodígio, com apenas 24 anos e uma formação autodidata, foi contemplado com uma bolsa de estudos em Paris, na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e na Académie de La Grande Chaumière. Esse período teve influência decisiva no desenvolvimento de sua linguagem pictórica, devido ao contato próximo com as discussões em torno do abstracionismo informal.  

Ao longo de sua intensa carreira, Bandeira participou de exposições internacionais na França, Alemanha, Itália, Inglaterra e Estados Unidos. De volta ao Brasil em 1951, participou da 1ª Bienal de São Paulo, e expôs continuamente em museus e salões nacionais. Em 1952, expôs na 26ª Bienal de Veneza, e nos anos 60 já ocupava a posição de artista consagrado, um dos pintores brasileiros mais valorizados dentro e fora do país. Em 1964, voltou definitivamente para Paris, onde permaneceu até sua morte, três anos depois. 

Atualmente, obras de Antonio Bandeira integram as principais coleções particulares do país e estão presentes no acervo de diversas instituições públicas, entre elas: Centre Pompidou, França; MASP, Brasil; MAM Rio de Janeiro, Brasil; MAM São Paulo, Brasil; Museu Nacional de Belas Artes, Brasil; Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, Brasil; Embaixada do Brasil, França; Museus Castro Maya, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da USP – MAC USP, Brasil; entre outras.

Obras