Sobre

1926, Boca do Acre, AM, Brasil - 2001, Goiânia, GO, Brasil

Hélio Melo foi um artista plástico, compositor, músico e escritor nascido no interior do estado do Amazonas. Trabalhou como seringueiro no Acre, emprego no qual realizava tarefas árduas que envolviam desde a extração até o transporte do produto das seringueiras. Em meio a esta aridez, Hélio Melo encontrou inspiração e referências para se tornar um artista autodidata. A singularidade de sua obra está no retrato de experiências de vida compartilhadas por famílias de seringueiros, refletindo a situação mais ampla de milhões de brasileiros submetidos a séculos de negligência ou opressão planejada pelo Estado. Em pinturas aparentemente despretensiosas, ele captura a destruição metódica da floresta enquanto defende alianças entre seus verdadeiros guardiões.

O universo amazônico é personagem central de sua produção plástica, que traz inúmeras referências cifradas aos mitos, personagens e costumes da floresta aprendidos nos anos em que o artista viveu e trabalhou na mata. Em seus desenhos e pinturas, retrata o simbolismo do seringueiro, marcado pelo aprendizado com a natureza e com os povos indígenas. Interpreta o cotidiano percorrido pelo imaginário amazônico, destacando a dimensão simbólica dos conflitos sociais e ecológicos da região. Sua obra também está ligada a passagens da vida do artista e a fatos vivenciados ou presenciados por ele. 

Em 2006, a obra de Hélio Melo ganhou uma sala especial na 27ª Bienal Internacional de São Paulo. Recentemente, integrou a Bienal das Amazônias, em Belém (2023) e a coletiva Histórias Brasileiras, no MASP (2022), além da individual Hélio Melo, apresentada na Almeida & Dale (2023). Consolidou-se como o artista mais destacado do Acre, e em sua homenagem o governo do Acre criou o Teatro Hélio Melo. Sua obra integra os acervos do Centre Georges Pompidou, França; Pinacoteca de São Paulo, Brasil; MASP, Brasil; Museu de Arte do Rio – MAR, Brasil; Museu Acreano de Belas Artes, Brasil; entre outros. 

Obras