
1957, Fortaleza, CE, Brasil - 1993, São Paulo, SP, Brasil
A produção de José Leonilson está concentrada principalmente nos dez últimos anos de sua vida, período em que criou um conjunto numeroso e consistente de obras. Seus trabalhos abrangem pintura, desenho, ilustração, bordado, instalação e escultura. Em um exercício de síntese, a cada nova fase, Leonilson reduziu deliberadamente seu universo de signos. Elaborou um vocabulário próprio em que aspectos amorosos e eróticos tiveram centralidade. Leituras recentes de sua produção têm destacado não apenas o sentido afetivo e íntimo de suas obras, mas também o caráter político de suas escolhas estéticas.
Artista cearense que construiu sua carreira em São Paulo, José Leonilson é considerado um dos principais nomes da Geração 80, grupo de artistas vinculado ao retorno à pintura e à aproximação de uma linguagem expressiva, gestual e pop. Marcadas por gestos vigorosos e cores intensas, as primeiras obras de Leonilson instigaram leituras sobre a conexão com a transvanguarda italiana. Neste momento, o suporte privilegiado é a lona, sem chassi, em trabalhos de grande formato. Já sua produção madura reflete sobre os tênues limites entre o que pode ser dito e o que é da ordem do incomunicável, elaborando um diário ao mesmo tempo particular e aberto. A partir de 1989, sua obra assume um tom ainda mais íntimo e delicado. Nesse momento, o artista investe em novos procedimentos, recorrendo às costuras e bordados. O caráter pessoal e autobiográfico se intensifica nos trabalhos criados a partir de 1991, ano em que ele descobre viver com o vírus HIV.
Participou da célebre exposição coletiva Como vai você, geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1984); além de três edições da Bienal de São Paulo (1985, 1998 e 2010); três edições do Panorama das Artes Brasileiras, no MAM São Paulo (1981, 1989 e 2003); e da 13º Bienal de Paris (1984). A primeira exposição individual de Leonilson foi realizada na Galeria Casa do Brasil, em Madri, Espanha (1981). Entre suas individuais, destacam-se aquelas realizadas por instituições brasileiras, como no Museu de Arte Contemporânea da USP – MAC USP, São Paulo (1997); Centro Universitário Maria Antônia, São Paulo (2008); e, recentemente, na Pinacoteca do Ceará (2024); e no MASP, São Paulo, instituição que no mesmo ano incluiu o artista na exposição coletiva Histórias LGBTQIA+ (2024).
Obras de José Leonilson integram o acervo de inúmeras coleções públicas, no Brasil e no exterior, entre elas: Centre Georges Pompidou, França; Tate Modern, Inglaterra; Museu Serralves, Portugal; Museo Nacional de Bellas Artes, Argentina; MoMA, Estados Unidos; Städtische Galerie im Lenbachhaus, Alemanha; MAM São Paulo, Brasil; Instituto Moreira Salles – IMS, Brasil; Instituto Inhotim, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da USP – MAC USP, Brasil; Pinacoteca de São Paulo, Brasil; Museu de Arte de Brasília, Brasil; entre outras.




