
1930, Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1990, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
O escultor Sérgio Camargo estabeleceu um diálogo crítico e atento com as ideias construtivas da década de 1950, ainda que nunca tenha se filiado a nenhum movimento ou grupo. Em comparação com os princípios concretistas, a geometria na obra de Camargo se mostra mais empírica e intuitiva; com um ar intimista que contrasta com o racionalismo concreto. Gradativamente, o artista abandonou todos os elementos que pudessem dispersar ou encobrir a questão central de suas esculturas: a forma. Sua obra se concentra em processos concisos e contínuos de exploração e combinação de elementos como cilindros, cubos e retângulos. A partir dos anos 1970, o artista empregou quase que exclusivamente o mármore Carrara em suas produções. O branco predomina, deixando espaço para que o movimento, equilíbrio, ritmo e a tensão em suas esculturas e relevos fiquem em evidência.
Nascido no Rio de Janeiro em 1930, mudou-se para a Argentina em 1946 e estudou na Academia Altamira, uma escola de vanguarda fundada naquele ano por Lucio Fontana. Entre 1948 e 1953, viveu em Paris e frequentou o estúdio de Brancusi. Naquela década, começou a expor regularmente em salões de arte e coletivas como a 3ª e a 4ª Bienal de São Paulo (1955 e 1957), e começou a realizar exposições individuais: a primeira na Galeria Gea, no Rio de Janeiro; e a segunda na Galeria de Arte das Folhas, em São Paulo (1958). Em 1964, participou da First Pilot Show of Kinetic Art e realizou uma exposição individual, ambas na Signals Gallery, em Londres, onde os brasileiros Lygia Clark, Mira Schendel e Hélio Oiticica também exibiram suas obras.
A partir da década de 1960, Camargo participou de várias exposições coletivas na Europa com foco na arte cinética e de outras mostras coletivas de destaque, como: duas edições da Bienal de São Paulo (1965 e 1979), recebendo o prêmio de Melhor Escultor Nacional na 8ª edição; duas edições da Bienal de Veneza (1966 e 1982); e a Documenta de Kassel (1968). Entre as exposições individuais, somam-se aquelas realizadas na Gimpel Fils Gallery, em Londres e Zurique (1971 e 1982); no MAM Rio de Janeiro (1975 e 1981); no Paço Imperial do Rio de Janeiro (1987); na galeria Denise René, em Paris (1996), entre outras.
As obras de Camargo foram adquiridas e encomendadas por instituições brasileiras e estrangeiras. Além disso, o artista realizou diversas obras para espaços públicos, entre elas: o Muro Estrutural para o Palácio do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília; o Tríptico para o Banco do Brasil de Nova York, Estados Unidos; a coluna Homenagem a Brancusi para a Faculdade de Medicina de Bordeaux, França; a escultura na Praça da Sé, São Paulo; e monumento para o Parque da Catacumba, Rio de Janeiro.


