O artista chinês Ai Weiwei é, de fato, umas das principais referências na arte contemporânea, especialmente em sua relação com o ativismo e as questões sociais. Sua poética passa pelo questionamento de diversos valores da sociedade atual; seus limites, fraquezas e da violência do homem contra o homem. Suas obras se constroem sobre discursos e narrativas carregadas de carga poética e de significados poéticos, onde objetos pessoais, fotografias, esculturas, restos e ruínas são os signos que estruturam esses discursos.
Aos 17 anos começa os estudos de animação na Beijing Film Academy e pouco depois vai para Nova York especializar-se em arte, fotografia e design. De volta à China, funda o estúdio de arquitetura Fake Design, onde já apresenta trabalhos contundentes sobre o regime político chinês, mas ainda não sofre grandes repressões.
Seu trabalho passa a ganhar notoriedade e é convidado para criar um blog na maior plataforma de internet da China. Começa a incomodar o governo chinês com críticas sociais. O blog é retirado do ar, mas continua em outras redes, como o Twitter.
Em 2010, após ataques ao governo chinês em diversos episódios, Ai Weiwei é colocado em prisão domiciliar por razões claramente políticas. Em 2011, seu estúdio em Pequim é revistado por policiais: trabalhos, ferramentas e documentos são confiscados e o artista passa três meses preso em local secreto. Suas punições são bem mais severas.
Somente em 2015, Ai Weiwei tem seu passaporte devolvido e pode voltar a viajar para o exterior. Dois anos depois lança o documentário Human Flow (Fluxo Humano). Filmado em 23 países, trata da questão dos refugiados, seus dramas e esperanças. Esse se torna um de seus principais temas.