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O Engano é a Sorte dos Contentes

Tatiana Blass

Patas, 2007

Bronze e latão fundido

76 x 137 x 52 cm

Vista da exposição

Vista da exposição

Vista da exposição

Tatiana Blass

Cerco, 2007

Faisão taxidermizado e latão

126 x 360 x 400 cm

Vista da exposição

 

Lustre, 2007

Tatiana Blass

Vidro, alumínio e instalação elétrica

Dimensões variáveis

Tatiana Blass

Patas, 2007

Bronze e latão fundido

76 x 137 x 52 cm

Tatiana Blass

Movediço, 2007

Fotografia

50 x 70 cm 

Tatiana Blass

Tigre verde, 2007

Óleo sobre tecido

85 x 85 cm

Tatiana Blass

Dourado-lilás, 2007

Acrílica sobre organza e lurex

110 x 380 cm

Vista da exposição

 

Tatiana Blass

Caça, 2007

Madeira laqueada, latão, 2 livros com impressão off-set e gravação hot-stamp

70 x 80 x 30 cm

03/05 – 02/06/07

Fradique 1360

Tatiana Blass
O Engano é a Sorte dos Contentes

Sobre

03/05 – 02/06/07

Fradique 1360

Em O Engano é a Sorte dos Contentes, primeira exposição individual de Tatiana Blass (São Paulo, 1979) na galeria Millan, emerge a qualidade da incerteza como princípio de descobertas. São cerca de dez obras em diversas linguagens e materiais: pinturas, colagens, desenhos, esculturas, fotografias, vídeo e instalação que se conectam pela possibilidade da convivência sutil com o estranho. Em lugar da aceitação coerciva da unidade da obra, a artista sugere uma relação de transição tênue entre o conjunto e a identidade de cada um dos elementos, sem os suprimir. “A vontade está em estabelecer uma convivência em que mesmo a estranheza não traga discordância”, afirma a artista.

Esta continuidade alcança caráter reflexivo sobre as relações do espaço: o intervalo ganha tonos, tem a qualidade de uma interligação entre corpos; a passagem, espécie de silêncio, torna-se concreta. Nas pinturas e colagens isso se desenrola nas transições das formas e dos campos de cor – tons próximos produzem vibrações semelhantes de luz, e limites curvos dos elementos possibilitam um contato macio entre as formas. Iniciando o trabalho sobre um tecido com cor e brilho próprios, a artista pesquisa a partir da informação de massas de cor estabelecidas, suavizando a relação de contrastes.

A instalação que ocupa o vão entre os dois andares da Galeria, tem intrínseco, também, o relacionamento com a cor. Trata-se de uma espécie de lustre, feito de bolas vermelhas de vidro de diferentes tamanhos, que vão do teto até o chão. Na altura média do olhar, uma faixa branca de aproximadamente um metro cria uma zona de luz “flutuando” no ar.

Em escultura da série Páreo, a figura de um cavalo é seccionada, permanecendo apenas as patas com cortes em diferentes alturas; em outra obra, seis fotografias em preto e branco mostram cavalos com as patas afundadas na terra durante aula de equitação. Há ainda uma caixa de mágica onde pode ser visto mais duas esculturas de cavalo de bronze, cortadas em partes distintas – em uma sobreposição de imagens.

Esta espécie de jogo de unidade e dissolução aprofunda-se nas obras seguintes: em Cerco, um faisão empalhado parece criar, com uma faixa de latão, um desenho que percorre o chão e a parede, sugerindo que o desenho desmancha-se com o vôo da ave. Já em Caça, nas imagens de dois livros presentes em uma estante de pintura laqueada preta, outra faixa dourada percorre o mesmo lugar das duzentas páginas de cada um dos livros, ambicionando o encontro com duas aves que mergulham em um lago.

Com título homônimo à exposição, o vídeo de quatro minutos O Engano é a Sorte dos Contentes, completa a mostra. Em praça abandonada, um mágico levita uma bola no ar enquanto uma apresentadora discursa um texto sobre o engano – “Já é chegada a hora (…) do assombro ganhar o espanto que lhe cabe!(…) Vinguemos a verdade porque só ela pode se auto-fraudar e tornar a fraude verdade absoluta (…) Quem sabe assim, pela crença no inverso poderemos desfazer a lucidez que tanto nos limita”.