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Semana sim, Semana não

Semana sim, Semana não | Casa zalszupin [Dr. Antônio Carlos de Assunção, 138] São Paulo, 2022 | Foto: Sergio Guerini

Semana sim, Semana não | Casa zalszupin [Dr. Antônio Carlos de Assunção, 138] São Paulo, 2022 | Foto: Sergio Guerini

Semana sim, Semana não | Casa zalszupin [Dr. Antônio Carlos de Assunção, 138] São Paulo, 2022 | Foto: Sergio Guerini

Semana sim, Semana não | Casa zalszupin [Dr. Antônio Carlos de Assunção, 138] São Paulo, 2022 | Foto: Sergio Guerini

14/02 – 23/03/22

Exposição coletiva

Curadoria: Germano Dushá

Casa Zalszupin

Semana sim, Semana não

Artistas
Bruno Baptistelli
John Graz
Gregori Warchavchik
Sonia Gomes
Paulo Monteiro
Rafael RG
Brisa Noronha
José Adário
Rosana Paulino
Paulo Monteiro
Anita Malfatti
Dalton Paula
Castiel Vitorino Brasileiro
Ana Matheus Abbade
Victor Brecheret
Luana Vitra
Jayme Figura
Vitória Cribb
Oswald Goeldi
Tadáskía
Lasar Seagall
Leandra Espírito Santo
Ricardo Carioba
Gabriel Junqueira
Antonio Gomide
Sobre

14/02 – 23/03/22

Exposição coletiva

Curadoria: Germano Dushá

Casa Zalszupin

Como num salto com vara, esta exposição realiza um arco que conecta a energia que mobilizou o rompante do Modernismo brasileiro – nas décadas de 1920 e 1930 –, com diversas manifestações contemporâneas concentradas nestes primeiros anos da década de 2020. Inscrita nas atividades que referenciam o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a mostra celebra aqueles três dias de fevereiro sem tomá-los como mito fundador intocável. Com base na justaposição e na contraposição de paisagens e corpos no contínuo da vida, propõe-se aqui um comentário singelo, mas que se abre para a profusão de autorias e para questionamentos e revisões urgentes nas pontas afiadas da produção artística contemporânea.

Entre distanciamentos e aproximações, quebras e continuidades, esta exposição reúne pulsões interessadas por exercitar com liberdade a síntese de nossa natureza – daquilo que nos cerca, nos contém e compõe. Nas fendas do tempo, conexões, confrontos e contrastes revelam-se e ganham relevo no modo como as questões humanas universais foram elaboradas nas efervescências daquele período e como o são concebidas sob o calor do agora. 

O título Semana sim, semana não cria um jogo de palavras ambíguo: se, por um lado, estampa a alcunha daquele que foi forjado como um dos maiores ícones culturais do imaginário brasileiro, por outro, num balanço entre ativação e negação, também a reverte a seu sentido mais prosaico: de uma passagem temporal corriqueira, um apanhado de dias, um recorte de transição em nosso cotidiano. Invoca, portanto, um movimento que pressupõe oposições ou dicotomias: acontecimentos e interrupções, memórias e esquecimentos, pregressos e atuais, 1922 e 2022. 

Ao afirmar e rejeitar esse referencial paradigmático, sinaliza sua dispersão num tempo ampliado, reforçando o entendimento das coisas como processo aberto, como fluxo corrente. Esse exercício ganha outros sentidos – conceituais e físicos – na medida em que a mostra toma espaço numa casa que já abrigou uma vida familiar, uma vida doméstica, e cuja arquitetura se insere num espectro do pensamento moderno. No entanto, é uma casa que não deixa de trazer características muito próprias, que a destacam em meio a um modernismo paulista mais conhecido.

Diante de passados, presentes e futuros em disputa, propõe-se diálogos intensos – ora diretos, ora insólitos –, aspirando a contribuir para as reelaborações críticas do mundo de antes e de hoje, mobilizadas por dinâmicas sociais e programas estéticos que propõem rupturas com o que já não nos diz respeito e, sobretudo, se comprometem a maquinar muitos e novos modos de se viver.

Germano Dushá

Curador