
German Lorca
Só para mulheres, 1954/2015
Gelatina de sais de prata
39,8 x 50 cm

Vista da exposiçãoFoto: Everton Ballardin

Vista da exposição
Foto: Everton Ballardin

Vista da exposição
Foto: Everton Ballardin

Vista da exposição
Foto: Everton Ballardin

Vista da exposição
Foto: Everton Ballardin

Vista da exposição
Foto: Everton Ballardin

German Lorca
Chuva na Barão, 1952/2015
Gelatina de sais de prata
40 x 40 cm

German Lorca
Fair Warner – Série Nova York, 1978
Cópia de época em gelatina de sais de prata
44,5 x 32,5 cm

German Lorca
Só para mulheres, 1954/2015
Gelatina de sais de prata
39,8 x 50 cm

German Lorca
Troncos Cruzados , 1965/2015
Gelatina de sais de prata
42 x 49,8 cm


German Lorca
Janelas e Reflexos, 1978/1985
Painel composto por 28 fotografias de época em gelatina de sais de prata com viragem de selênio
103 x 230 cm

German Lorca
Pernas Cruzadas, 1960/2015
Gelatina de sais de prata
46,8 x 40 cm

German Lorca
Sem título – Série Geometrias das Sombras. São Paulo, 2014
Pigmento sobre papel algodão
54 x 50 cm
Como aproximar-se da obra de German Lorca, que aos 93 anos e com mais de 70 anos de atividade, ainda nos surpreende? A exposição Travessias que acontece na Galeria Millan, em parceria com a FASS galeria, tenta abordar essa e outras questões. A mostra reúne vinte e sete fotografias do artista, produzidas entre 1948 e 2014, contemplando sete décadas de produção ininterrupta.
Sabe-se que Lorca é um dos fotógrafos mais importantes dos “fotógrafos modernos paulistas”, todos membros do Foto Cine Clube Bandeirantes, nas décadas de 40 e 50. O grupo soube se apropriar do crescimento vertiginoso da cidade de São Paulo do período. A cidade moderna pedia uma nova iconografia que a representasse. Lorca, por meio da experimentação e de seu instinto moderno, encontrou essa nova forma e fez do urbano personagem vivo de suas imagens.
Mas a exposição Travessias demonstra que a linguagem da fotografia de German Lorca transcende o repertório da chamada fotografia moderna; há uma evolução. São do princípio imagens celebradas como “Malandragem” (1949) e “Troncos cruzados” (1955).
Já nos anos 1960, é possível perceber em sua fotografia uma pesquisa gráfica e formal. São imagens que causam estranheza, como “Folhagens”, a janela “Mondrian”, “Andaime”, todas de 1960. Ou ainda mesmo “Aeroporto” (1961 e 1965), onde a imprecisão e um conjunto de silhuetas provocam movimento.
Na série de fotografias realizadas em Nova York, em três viagens distintas (1967, 1978 e 1982), a cidade não se revela em sua magnitude; são planos fechados que constroem um mosaico de espelhos, vitrines e fachadas.
O tempo trouxe para a fotografia de German Lorca uma limpeza, um poder de síntese tal como em “Circulo quadrado” (2007).
Em sua série mais recente, realizada em 2014, o que importa é a composição da imagem e a busca pela a essência da forma, com os jogos de luzes e sombras criados pelo sol em diferentes horas do dia e da noite.
A exposição Travessias apresenta a obra de German Lorca não apenas como parte da história da fotografia moderna brasileira, mas como o desenvolvimento de uma linguagem visual coerente e original que se inicia no final dos anos de 1940 e chega até a segunda década do século XXI.
São Paulo SP Brasil | 05416-001