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Art Basel 2024

Foto: Dawn Blackman

Foto: Dawn Blackman

Foto: Dawn Blackman

Foto: Dawn Blackman

13/06 – 16/06/24

Estande D6
Basel, Suíça
Art Basel 2024
Sobre

13/06 – 16/06/24

Estande D6

Basel, Suíça

Para a seção Feature da Art Basel 2024, a Almeida & Dale apresenta uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro, Brasil, 1898-1966), incluindo pinturas a óleo sobre tela, madeira e papelão, feitas principalmente nas décadas de 1950 e 1960. O conjunto de obras destaca o estilo único e vibrante do artista, marcado pela expressividade das cores e pela representação de temas relacionados à cultura negra brasileira, cenas da vida cotidiana, festas populares, sambistas, boêmios e outros personagens do Rio de Janeiro – temáticas com implicações políticas incontornáveis.

O trabalho de Heitor dos Prazeres reflete a realidade pós- escravidão da população negra do Brasil em uma época em que as elites culturais do Rio de Janeiro, e do Brasil em geral, ainda privilegiavam os valores colonialistas dos europeus brancos. Desafiando tal ambiente social, o artista retratou o que viu, sentiu e vivenciou como um homem negro no Brasil: os fluxos migratórios de africanos e seus descendentes do campo para os centros urbanos, a religiosidade, a repressão policial, a capoeira, o samba, a afetividade, entre outros temas. Tão radical foi sua abordagem, e tão relevante para a luta dos negros brasileiros por liberdade e igualdade, que ele foi censurado em um dos primeiros atos da ditadura militar do país, em 1964.

Antes de se dedicar à pintura, prática que adotou em meados da década de 1930 de forma autodidata, Prazeres já havia construído sua carreira artística como músico e dançarino, tendo o samba como personagem central de sua obra, além de ter trabalhado também como marceneiro, alfaiate e engraxate. “Heitor foi, em sua época, o que hoje chamaríamos de artista multimídia”, diz Haroldo Costa, que acompanhou Prazeres em sua visita a Dakar, Senegal, em 1966. Sua maneira inconfundível de representar corpos
e paisagens, bem como a força visual da dança em suas pinturas, carregam um forte senso de identidade cultural. O mundo do trabalho nas áreas rurais, os jogos infantis, o lazer e a religiosidade são alguns dos temas que ele representou em obras inspiradas nas pessoas e lugares que frequentou ao longo de sua vida.

Na coleção do Museum of Modern Art – MoMA, em Nova York, desde a década de 1940 e um dos principais colaboradores do Primeiro Festival Mundial de Artes Negras, em Dakar, em 1966, Prazeres ganhou reconhecimento por meio de uma produção artística rica, variada e sofisticada. Em 1951, o artista recebeu o terceiro prêmio de pintura na Bienal de São Paulo com a obra Moenda, hoje no acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de são Paulo – MAC USP, e, no ano seguinte, fez parte da representação brasileira na Bienal de Veneza com as obras Mercado e Batuque.

Realizou exposições individuais em espaços como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, além de exposições coletivas no Brasil e em países como Argentina, Senegal, Inglaterra, França, Alemanha, entre outros. Sua carreira foi celebrada em várias mostras, incluindo uma grande retrospectiva, em 2023, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com curadoria de Haroldo Costa, Pablo León de la Barra e Raquel Barreto. Além de integrar o acervo do MoMA, sua obra faz parte de coleções públicas que incluem o Centre Georges Pompidou, Paris; El Museo del Barrio, Nova York; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio; Museu Afro Brasil Emanuel Araujo, São Paulo; Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP; Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP; Pinacoteca de São Paulo e Fundação Roberto Marinho, Rio de Janeiro, entre outras.