Antônio Henrique Amaral
São Paulo - São Paulo, 1935 São Paulo - São Paulo, 2015
A série de pinturas Bananas, concebida por Antônio Henrique Amaral, entre 1968 e 1975, é um dos trabalhos mais conhecidos do artista. A fruta é adotada em sua poética como alegoria de sua insatisfação com o momento político; usada como uma espécie de Alter ego irônico da identidade nacional. Em suas telas, a banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas.
O uso da fruta alude à ditadura militar assim como ao nacionalismo propagandeado por slogans como "Brasil, ame-o ou deixe-o". A escolha da fruta remete também às imagens da representação nacional propostas pelo Modernismo Brasileiro, que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti, passando pela pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral, e Bananal (1927), de Lasar Segall.
Ao longo de sua carreira, Antônio Henrique Amaral elege outras imagens alegóricas do Brasil em sua poética, resultando nas séries com garfo, bambu, seios e enormes torsos na representação de matas e paisagens urbanas estilizadas. Seu trabalho incorpora elementos da estética surrealista, da pintura figurativa e até mesmo da publicidade e do grafite da década 1960; para a criação de símbolos que falam da relação do humano com o contexto político do Brasil e do mundo.