Inspiradas nas formas da natureza, as pinturas e desenhos de Burle Marx se unem à vida e ao trabalho do paisagista e do botânico. O estudo da natureza brasileira é fundamental no trabalho de Burle Marx. Trabalha como botânico e pesquisador viajando pelo país, em busca de espécies vegetais, desde plantas do cerrado, plantas amazônicas e plantas do sertão nordestino.
Sua obra, marcada inicialmente pela natureza-morta com motivos da flora brasileira incorpora soluções formais do cubismo, com traços sinuosos e cores sóbrias, entre as décadas de 1939 e 1940. Ao pintar cidades, emprega linhas retas, formas geométricas e cores mais sóbrias. A partir da década de 1950 passa a utilizar muitas nuances de azul, verde e amarelo em telas abstratas. Produz também numerosos desenhos a nanquim, inspirados em tramas de folhagens e galhos. Apesar de ter a natureza como inspiração, sua obra é essencialmente abstrata, marcada pela exploração da linha e da cor.