Numa exposição de desenhos e aquarelas realizada em 1920 em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, o jovem Vicente do Rego Monteiro já aborda lendas e costumes da Amazônia, temas que se tornam frequentes em grande parte de sua obra.
A partir de seu contato com Anita Malfatti, Victor Brecheret e Di Cavalcanti relaciona-se com o grupo modernista e, mesmo estando na França na ocasião, tem algumas de suas pinturas expostas na Semana de Arte Moderna de 1922.
Além das referências à cultura indígena, Rego Monteiro também trabalha com iconografia tradicional da arte sacra representada com uma estética moderna, como em Pietá (1924), A Crucifixão (1924) e A Santa Ceia (1925). Nestas pinturas, as tradicionais cenas religiosas são representadas com o estilo marcante do artista: figuras com relevos escultóricos, uso de nuances de ocre, cinza e marrom com efeitos de claro-escuro e um rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais na estruturação da composição
Em 1930, organiza em Recife uma exposição de artistas da Escola de Paris, com obras de Pablo Picasso, Georges Braque, Joan Miró, Gino Severini, Fernand Léger e suas próprias obras. Essa é a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados a vanguardas como cubismo e surrealismo.
Trabalha como ilustrador e editor, criando projetos gráficos das revistas Renovação e Fronteiras. Poeta e tradutor, publica textos de sua autoria e de outros jovens autores nessas revistas.
A partir da década de 1950, sua pintura concentra-se especialmente em temas regionais, como em O Vaqueiro (ca.1963) e O Aguardenteiro (fim da década de 1950), ainda trabalhando com a simplificação formal e uma gama cromática reduzida, como nos primeiros quadros.
No fim de sua vida, atua como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife de 1957 a 1966.