Marlene luta contra a homogeneização da paisagem, usando os pigmentos-cânticos da terra e as resinas-lágrimas vegetais, como uma barreira artística e ideológica, combatendo com suas próprias mãos, trabalhando a terra, purificando os pigmentos e resinas, em um gesto de carinho e liberdade.
O seu caráter de pesquisadora, de divulgadora das riquezas da terra, permitindo que muitos outros travem conhecimento e usufruam de seu trabalho – repartindo punhados de terra-pigmento em metros quadrados de tela – faz com que Marlene pratique uma espécie de reforma da terra, da qual todos nós, e não só os homens do campo, tanto necessitamos. Necessitamos não por um idílico e muitas vezes irracional retorno à natureza, e sim pelo desejo, pela busca de uma identidade com GEA, a deusa mãe-terra.