Pintor, desenhista, escultor, pioneiro da arte xerox e postal, Mario Noboru Ishikawa vive e trabalha em São Paulo. Desde o início de sua trajetória, no final da década de 1960, optou por utilizar materiais industriais, como chapas de compensado pintadas com tinta automotiva. Nessas assemblages, ele aborda temas de teor político e sobre a formação da subjetividade em meio à censura e violência da época. Nos anos 1970, explorou novas mídias, como a xerox e a arte postal, como meio de produção e distribuição da arte. Com isso, questiona o próprio estatuto do objeto artístico. Ao longo de sua carreira, Ishikawa incorporou elementos visuais de propagandas, revistas em quadrinhos e slogans políticos, valendo-se dessas imagens para criticar discursos ufanistas e denunciar violações de direitos humanos. Nos anos 1980, sua obra passou a abordar temas relacionados à natureza e à transformação da matéria orgânica, utilizando a fuligem e a manipulação do fogo como materiais.
A obra de Mario Ishikawa integra os acervos da Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP, Centro Cultural São Paulo – CCSP, entre outras. Em 2023, o artista realizou a individual Mario N. Ishikawa: sítio arqueológico, apresentada na Almeida & Dale no contexto do projeto Perspectivas Transoceânicas. Desde o início de sua carreira integrou importantes coletivas como a Bienal de São Paulo (1967 e 1989); 1a Bienal Nacional de Artes Plásticas (1966), em Salvador; Arte Xerox Brasil (1984), na Pinacoteca de São Paulo; Arte Novos Meios/Multimeios: Brasil 70/80 (1985), no Museu de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo; Bienal Brasil Século XX (1994), organizada pela Fundação Bienal de São Paulo, além de diversas coletivas focadas na produção dos artistas nipo-brasileiros.