Chen Kong Fang | Almeida & Dale

Chen Kong Fang

Tung Cheng - China, 1931 São Paulo - São Paulo, 2012

Chen Kong Fang nasceu em 1931 em Tung Cheng, província de Anhui, na China. Desde criança demonstrou inclinação para o desenho e, na adolescência, estudou aquarela e sumi-ê – técnica chinesa que combina pintura em tinta e caligrafia. Após a morte de seu pai – um importante político e engenheiro - Fang migrou para o Brasil com a família, em 1951, depois de um período de duras dificuldades em sua terra natal, onde havia vivenciado os horrores da guerra. Em meados da década de 1950, em São Paulo, Fang estudou pintura ocidental com Yoshiya Takaoka, um artista japonês que havia frequentado a Académie de la Grande Chaumière, em Paris. Durante os anos de aprendizado, Fang absorveu referências dos estilos realista e naturalista da pintura ocidental em suas paisagens, retratos e naturezas-mortas.

A partir da década de 1960, Fang começou a seguir o seu próprio caminho artístico, desenvolvendo um estilo original enraizado em aspectos da arte chinesa, que se tornaram cada vez mais evidentes à medida que atingia a sua maturidade como pintor. Esse percurso não foi, contudo, sem contratempos e desvios. Por um breve período, em meados da década de 1960, Fang produziu obras mais inclinadas à abstração de caráter geométrico, experimento que se mostrou infrutífero e o levou a firmar-se novamente no caminho da figuração. Em suas obras, Fang revela uma visão original e experimental da arte e homenageia a tradição da pintura chinesa, especialmente sua qualidade espiritual. Nelas, são recorrentes elementos como interiores de casas onde se dispõem poucos objetos; ramos retorcidos e árvores movidas pelo vento; composições teatrais onde as coisas parecem animadas, e jogos de escala e de enquadramento que operam uma sutil deformação nos objetos, dotando-os de um caráter vivo e humano. Fang procurava captar as características fisionômicas e espirituais das coisas, revelando aspectos misteriosos dos temas que pintava.

A profunda interioridade da sua obra, a importância dos espaços vazios e o estilo caligráfico aproximam-na não só da pintura tradicional chinesa, mas também da obra moderna e sutil de Sanyu (1901-1966), um mestre chinês que partilha com Fang a experiência da vida no Ocidente e a procura de uma linguagem original. A originalidade de Fang, junto à qualidade espiritual de sua pintura, rendeu ao artista grande prestígio por parte de importantes colecionadores, entre eles o psicanalista, poeta e crítico de arte Theon Spanudis - um dos grandes colecionadores de obras de Volpi e de Eleonore Koch -, organizador da coletiva Arte Transcendente, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP (1981), da qual Fang participou. Foi nesse contexto, como parte do círculo de Spanudis, que a obra de Fang passou a integrar acervos como os do MAM-SP e do Museu de Arte Contemporânea da USP, já na década de 1980.

Durante as décadas de maior atividade em sua carreira – entre os anos 1960 e 1980 – Fang participou de exposições coletivas como o 1º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal (1964); 1º Salão de Arte Contemporânea de São Paulo (1969); além de uma série de exposições focadas na obra de artistas brasileiros imigrantes ou de origem asiática, como Exposição dos pintores nipo-brasileiros (1996); Takaoka e seus discípulos (1986); e Imigrantes nas artes plásticas de São Paulo (1976), realizadas no MASP, fato que aponta para sua relevância no contexto da produção artística realizada no Brasil por artistas estrangeiros. Nas últimas décadas, sua obra permaneceu relativamente afastada do circuito institucional. Em 1994 foi apresentada sua última retrospectiva, no Museu de Arte Contemporânea de Americana, e em 2018 a Pinacoteca de São Paulo retomou o debate sobre a obra de Fang ao incluir o artista em uma coletiva que contava também com obras de Amadeo Lorenzato, Eleonore Koch e diversos artistas contemporâneos.

Fang participou do Panorama de Arte Atual Brasileira em 1978 no MAM SP, além de outras coletivas. Sua primeira individual aconteceu em 1959 no Clube dos Artistas Plásticos, em São Paulo, e ao longo de sua carreira realizou diversas outras individuais em espaços como Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e F. Konning Art Gallery, em Schleswig, Alemanha. Em 1984, a Dan Galeria, de São Paulo, lançou uma publicação sobre Fang com texto do psicanalista e colecionador Theon Spanudis. A obra de Fang integra diversas coleções particulares importantes, além de acervos públicos com o Museu de Arte Contemporânea da USP; Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.

Sem título, s.d.

óleo sobre tela
110 x 132 cm

Sem título, 1982

óleo sobre tela
45 x 55 cm

Interior com bola azul, s.d.

óleo sobre tela
55 x 65 cm

Regador com flores, 1966

óleo sobre tela
87,5 x 115,5 cm

Sem título, 1983

óleo sobre tela
65 x 81 cm

Sem título, 1986

óleo sobre tela
80 x 100 cm

Flores, s.d.

óleo sobre tela
80 x 100 cm

Sem título, 1981

óleo sobre tela
79,5 x 99,5 cm
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