Burle Marx: Paraísos inventados
Curadoria: Guilherme Wisnik
20.08 — 31.10.2020
Com curadoria de Guilherme Wisnik, a exposição Burle Marx: Paraísos inventados celebrou a multiplicidade da obra deste artista e paisagista, que atravessa várias linguagens e suportes, espelhando uma concepção fecunda de natureza: um ecossistema fértil, aberto e dinâmico, com o qual deveríamos viver em harmonia, e não o exaurindo de forma predatória.
A mostra apresentou produções no campo das artes plásticas e do paisagismo. Nenhuma das duas linguagens é subserviente à outra, na obra de Burle Marx. Elas se alimentam e se fecundam mutuamente, numa espécie de movimento cíclico. Na base de ambas, está uma compreensão não naturalista do mundo. Pois, se sua pintura é mais abstrata que naturalista, seus jardins são mais construídos que espontâneos – ainda que as formas curvas e ameboides de seus contornos possam sugerir o contrário. São jardins pictóricos, feitos por contrastes de texturas e grandes manchas de cor chapadas.
A potência da natureza que emana da arte de Burle Marx não é uma expressão “natural” da história do Brasil. Ao contrário, nossa tradição sempre foi a do desmatamento e do extrativismo, e não a do cultivo.