Milton Dacosta - A cor do silêncio
Curadoria: Denise Mattar
18.08 — 26.11.2018
Reflexiva, disciplinada e silenciosa, ao mesmo tempo que repleta de densas emoções. Assim é a obra de Milton Dacosta (1915 - 1988), pintor fluminense que conseguiu conciliar as tradições a um potente e fértil processo criativo.
Com curadoria de Denise Mattar, a mostra Milton Dacosta - A cor do silêncio reuniu cerca de 70 obras do artista plástico, realizadas da década de 1930 até o fim de sua vida, nos anos 1980. Ao longo desse percurso, Dacosta não se limitou a uma única escola. Pelo contrário, enveredou-se por várias delas, assumindo influências diversas.
Seguindo uma trajetória cronológica, a exposição passeava pela multiplicidade de influências que marcaram a trajetória do pintor, como dos movimentos parisienses e do naturalismo com acentos impressionistas em Paisagem Urbana (1937), a metafísica de De Chirico, cuja influência é nítida em trabalhos como Ciclistas (1941) e Carrossel (1945); ou suas (de)composições geométrico-figurativas, exemplificadas em Sobre a Horizontal (1954). Integraram ainda a exposição trabalhos como Em Branco (1956), Em Roxo (1957) e Em Verde (1958), que mostram a precisão compositiva de Dacosta que abandonara as alusões figurativas, alcançando um construtivismo lírico e singular, cada vez mais conciso. Mulher com o rosto apoiado sobre a mão, Figuras (década 1950) e o conjunto de quatro obras intituladas Figura com Chapéu (1958 - 1961) evidenciavam um caminho de regresso à figuração, processo de retomada que se estendeu pelos anos 1960.