Ivan Campos (1960, Rio Branco, Acre, Brasil) inspira-se na floresta amazônica e sua ligação com os rios, igarapés e energia espiritual da mata, aos quais dá forma em suas pinturas. As obras do artista reimaginam a floresta, repleta de animais, plantas e formas abstratas, desafiando as noções tradicionais de paisagem. “Eu combino cor e forma, muitas vezes a cor esconde a forma e a forma esconde a cor”, explica Campos, convidando o observador a explorar as camadas intrincadas de significado em suas obras.
A selva em suas telas é densamente povoada por formas que desafiam a estrutura clássica da paisagem, tendendo à abstração. As obras de Campos ressoam como visões fantásticas de um ecossistema interdependente e complexo, simultaneamente em evolução e sob ameaça.
“E o universo da floresta assim para pintar é infinito, não tem fim. As coisas assim que eu vejo, um inseto, uma flor, uma árvore, até as várias cores das águas que a floresta oferece, isso aí para mim é motivo de pintura. Eu não me canso de ver os modelos que a floresta oferece."
— Ivan Campos.
Foto: Dhárcules Pinheiro
Ivan Campos
Sem título, 1999
acrílica sobre tela
50 x 80 cm
Em 2024, Ivan Campos foi selecionado para o 38º Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e integrou a mostra Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, em celebração aos 35 anos do CCBB RJ. Em 2018, recebeu a insígnia de Cavaleiro da Ordem da Estrela do Acre, honraria destinada a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do Estado. Em 2012, participou do projeto Trajetórias – Artes Visuais, com exposição na Galeria Chico Silva, na Usina de Arte João Donato.
Em 2005, foi premiado com a medalha de ouro no 1º Salão Hélio Melo de Artes Plásticas, evento da Associação de Artistas Plásticos do Acre (AAPA), pela obra Alicerces da Terra, no mesmo ano em que duas de suas obras foram selecionadas para o Projéteis de Arte Contemporânea, da Rede Nacional de Artes Visuais - Redemergências, organizado pela Funarte/RJ. Sua primeira exposição individual ocorreu em 2000, na Galeria de Artes do Sesc, em Rio Branco.
Rebanhos do céu, 2008. 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP, São Paulo
"A visão panorâmica que a obra oferece, enxergamos uma selva intrincada, cheia de complexidades onde tudo está em movimento. Com poucas cores, de modo a manter uma coesão energética, o artista não deixa de sublinhar a mistura, a mística, as profundas camadas e a confusão de escalas e perspectivas que compõem um ecossistema."
— Germano Dushá, curador do 38º Panorama Atual de Arte Brasileira
Sem título, s.d
acrílica sobre tela
90,0 x 70,5 cm
“Eu me considero filho da natureza. Nasci aqui... É o que me cerca, o que me dá energia, que me incentiva. Me dá saúde também... E até um certo ponto, alegria”.
— Ivan Campos
Sem título, c. 2021
acrílica sobre tela
77 x 43 cm
Exposições
Individual
2000
Ao império das cores, Galeria de Artes do Sesc-Acre, Rio Branco
Sem título, 2008. “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil", Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Rio de Janeiro, 2024. Foto: Rafael Salim
Coletivas
Exposições coletivas selecionadas
2024
38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP, São Paulo
Fullgás, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro
2012
Trajetórias – Artes Visuais, Galeria Chico da Silva – Usina de Arte João Donato, Rio Branco
2008
3º Salão Hélio Melo de Artes Plásticas, Galeria Juvenal Antunes, Rio Branco
2006
1º Salão Hélio Melo de Artes Plásticas, Sociedade Recreativa Tentamen, Rio Branco
2005
Projéteis: Redemergências, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro
Coleções
Assembleia Legislativa do Estado do Acre, Rio Branco
Fundação Elias Mansour, Rio Branco
Museu dos Povos Acreanos, Rio Branco
Instituto do Meio Ambiente do Acre, Rio Branco
Prefeitura de Rio Branco, Rio Branco
Sobre o artista:
Ivan Campos é filho do radialista Cícero Moreira e de Gercina Braga Campos, bordadeira e funcionária pública. Quando criança, passou um longo período internado para tratamento de tétano, durante o qual recebia diariamente de sua mãe desenhos feitos em pequenos pedaços de papel. Campos guardou todos eles e, ao receber alta, começou a desenhar figuras vegetais e humanas que serviam como modelos para os bordados feitos por Gercina. Ainda na infância, ele também colecionava histórias em quadrinhos, cujas imagens utilizava como referência para decalques.
Com esses materiais – sobras de papel e histórias em quadrinhos de baixo custo – Ivan Campos aprendeu a desenhar de forma autodidata. Seu trabalho em pintura veio mais tarde, caracterizado pela formalização minuciosa que reflete seus anos de aprendizado no desenho.
Foto: Dhárcules Pinheiro
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