Candido Portinari é certamente um dos artistas mais bem sucedidos em traduzir elementos, personagens e memórias da cultura brasileira nas formas e cores da pintura moderna. Sua obra é vasta, variada e amplamente reconhecida no Brasil e no mundo. Em 1935, recebeu prêmio do Carnegie Institute, em Pittsburgh pela pintura Café (1934), sendo primeiro modernista brasileiro premiado no exterior. Em 1946, recebeu a Legião de Honra do governo francês e em 1956, inaugurou seus famosos painéis Guerra e Paz na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Desde o início de sua carreira, Portinari buscou um estilo de pintura essencialmente brasileiro, representativo dos costumes e culturas brasileiros. Admirador tanto dos grandes mestres renascentistas quanto dos pintores de vanguarda, como Picasso e Matisse, demonstra exímio domínio das relações entre o espaço e a figura humana. Em pinturas como Café e Mestiço, a figura humana ganha formas escultóricas, com o agigantamento das mãos e pés, reforçando a ligação dos personagens com o mundo do trabalho e da terra. Carregado de dramaticidade, seu trabalho assume muitas vezes um tom de denúncia das questões sociais brasileiras, como nas séries Bíblica e Os Retirantes.
São inúmeras as obras de Portinari em importantes edifícios no Brasil e no mundo. Seus painéis de azulejos e afrescos encontram-se no Edifício Gustavo Capanema (RJ, antigo Ministério da Educação e Cultura), na Igreja da Pampulha (MG), na Biblioteca do Congresso, Washington D.C. (Estados Unidos), dentre outros.