José Leonilson
Fortaleza - Ceará, 1957 São Paulo - São Paulo, 1993
A obra de Leonilson reflete uma expressão subjetiva forte e pessoal. Em seus desenhos, pinturas e delicados bordados. trabalha com palavras e cartografias do corpo na constituição de um de diário particular, e ao mesmo tempo aberto.
Leonilson constrói uma narrativa romântica, em busca do sublime; muitas vezes tratando também de um inconformismo que se liga à impotência, à impossibilidade da ação. O despojamento formal de seus bordados parece intensificar ainda mais o conteúdo sentimental, por revelar uma certa precariedade da condição humana.
Ao se descobrir portador do vírus da Aids, o medo, a morte e a doença tornam-se temas recorrentes em seus trabalhos. Passa a pensar sobre transcendência e a fragilidade da vida, aprofundando-se nas ideias de ausência, luto e memória. Ao tratar da intimidade de forma ainda mais profunda, bem como, ao falar de medos e sentimentos universais sua obra torna-se mais delicada e comovente no final de sua vida. Em 1994, recebeu uma homenagem póstuma e o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes pelo conjunto de sua obra.