As Impurezas Extraordinárias de Miriam Inez da Silva

Com a mostra As Impurezas Extraordinárias de Miriam Inez da Silva, a Almeida & Dale Galeria de Arte apresentou a maior retrospectiva já realizada da obra da artista. A exposição, com curadoria de Bernardo Mosqueira, reúne mais de 110 pinturas e gravuras criadas pela artista entre 1962 e 1996, além de importante documentação nunca antes exibida.

Pintora e gravadora nascida em 1937 na cidade de Trindade em Goiás, Miriam Inez da Silva estudou na Escola Goiana de Artes Plásticas, foi aluna de Ivan Serpa no MAM-RJ e participou de duas Bienais Internacionais de São Paulo (1963 e 1967).

A mostra oferece uma nova perspectiva sobre a prática dessa artista que, durante seus 40 anos de trajetória, construiu um universo encantado e impuro, marcado pela amálgama entre o banal e o extraordinário.

Segundo o curador Bernardo Mosqueira, a partir do início dos anos 1970 quando grande parte dos críticos de arte no país passou a classificar a artista como “primitiva”, “naïf” e "popular”, seu trabalho passa a ser tratado como algo gerado de maneira intuitiva, ingênua e tradicional.

A partir de uma pesquisa que investigou a fundo a extensa documentação reunida pela artista entre os anos de 1960 e 1990, a exposição se opõe à maneira como a artista foi convencionalmente considerada por agentes e instituições de arte no Brasil. Apresentando os trabalhos de Miriam como frutos de uma mulher moderna e transgressora, a mostra ressalta ainda o fato de artista soube representar de maneira única e potente as tensões relativas ao processo de modernização do Brasil no século 20.