Obras de Heitor dos Prazeres e Maria Martins motivam a curadoria de “Vai, vai, saudade”, no museu Madre, em Nápoles
30/07/2024
Apresentando a produção de artistas brasileiros, a mostra “Vai, vai, saudade”, em cartaz em Nápoles, tem como ponto de partida a obra “Saudade” (1945), de Maria Martins, e toma emprestado o título da canção homônima de Heitor do Prazeres, cujas obras ocupam uma sala no Madre - museo d’arte contemporanea Donnaregina durante a mostra.
A escultura de Maria Martins representa uma figura feminina com braços e pernas tentaculares, uma cabeça sem olhos e boca aberta. Com frequência, a imagética das esculturas da artista provinha de mitos da Amazônia e suas figuras humanas são zoomórficas ou moldadas como criaturas monstruosas. A alteridade cultural que Martins representava era de grande interesse para os surrealistas vivendo em Nova York nos anos 1940 com os quais a artista manteve relações estreitas. Saudade – uma palavra que busca definir a consciência da natureza fugidia de um momento, lugar ou ser – é, nas palavras de Martins, “como um sino no coração”.
Não se sabe quando Prazeres compôs sua música, mas ela foi performada para a câmera de Antonio Carlos da Fontoura, em 1965, durante as filmagens de um documentário sobre o multiartista, um ano antes de sua morte. Em meio a uma roda de músicos e um coral de cantoras, Prazeres toca violão e canta:
“Vai, vai, saudade / Saudade voraz / Vai dizer a ela / Que eu não posso mais / Vai, vai, saudade / Me deixa viver em paz / Vai, vai, saudade / Saudade voraz / Vai dizer a ela / Que eu não posso mais / Vai, vai, saudade / Me deixa viver em paz / Eu sou um covarde / E covarde demais / Vai, vai, saudade / Me deixa viver em paz / Vai, saudade”.
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“Vai, vai, saudade”
Curadoria: Cristiano Raimondi
Visitação até 30 de setembro de 2024
Madre · museo d’arte contemporanea Donnaregina
Via Luigi Settembrini, 79 - Nápoles, Itália
Vista da exposição "Vai, Vai, Saudade", no Museo Madre, em Nápoles, Itália | Cortesia do Museo Madre